Em tempos de debate sobre os “Coaches”
eu não poderia me furtar de comentar minha frustração após a leitura de “O poder
da autoresponsabilidade” de Paulo Vieira. Confesso que iniciei a leitura com
algum interesse, embora já com preconceito oriundo de comentários negativos.
Tentando
resumir a experiência:
Pontos positivos (algumas
citações): Mandela, a citação mais feliz do livro “posso responsabilizá-los
pelas suas atitudes, porém sou o único responsável pelos meus sentimentos”; As
tais 6 Leis para a conquista da autoresponsabilidade (que ele apresenta na
página 136 de um livro de 187 páginas...).
Pontos negativos: O autor já
começa usando um exemplo infeliz do corredor que acredita que o outro é melhor,
mas se ele acreditar nele mesmo ele consegue... Então se todos acreditarem que
sempre vão ganhar, pra que competir né mesmo? E o livro segue nesse raciocínio
bem individualista, do “eu” independente o outro... Mas o que mais me surpreendeu
foi ele passar o livro inteiro tentando convencer de que você precisa mudar para
ter sucesso. Mas no final (página 172) diz que: “Pessoas pseudoautoresponsáveis
acham que, para serem produtivas e prósperas , precisam mudar os outros (ué
mas num é assim que o autor tem “prosperado”, “mudando” os outros?). Entretanto, o autoresponsável
se basta nas suas escolhas, nas suas decisões e na sua fé no Criador e,
dessa maneira faz bom uso do livre-arbítrio dado por Ele” (aqui acho que
ele apela: só os cristãos podem ser autoresponsávies, então? Fala sério!).
O ponto
positivo mesmo é que ao final do livro me senti impelida a escrever sobre Responsabilidade,
e foi por isso que resolvi publicar:
Como ignorar a influência que o outro tem na minha
vida,
vivendo em sociedade?
Como desconsiderar a importância das conquistas
coletivas,
trabalhando em equipe?
Como diminuir o impacto do corporativismo e mais
valia,
operando neste sistema?
Como reduzir a soberania das estruturas
machistas,
sendo mulher?
Quero é saber mais sobre autocuidado e sororidade,
do que sobre patriarcado e autoresponsabilidade.
Quero saber mais sobre como ser um todo,
reconhecer-se responsável pelo outro,
e não apenas um responsável (tolo)
por seu sucesso ou fracasso, único apartado,
do bem comum, dos valores humanitários...
Não sei como chegamos a este ponto,
mas espero que consigamos superar, tanto
individualismo e assim possamos:
nos olhar com(o) Humanidade...
Eu achei o título era uma piada. Responsabilidade já implica em atitude do eu para com os outros ou com o ambiente.
ResponderExcluirSuperar o individualismo, e olhar como humanidade, ensinar os filhos nesse objetivo de vida hoje em dia uma das missões mais desafiadoras do educar. Parabéns Bella, feliz em te ver escrevendo.
ResponderExcluirGratidão pelos comentários!
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