Nos últimos dias, quiçá semanas, tem acontecido muitas coisas... ao mesmo tempo que me fazem refletir, não me deixam tempo para escrever sobre...
Ademais, como já disse antes, tenho preferido escrever nos (e sobre os) bons momentos, e digamos que o sentimento atual não está ajudando muito... nada de mais, apenas um momento mais reflexivo que produtivo!
Mas também está sendo ótimo rever uns escritos, que já estavam esquecidos do período da adolescência... e que vou compartilhar:
Soneto de coincidência
Haverá equivalência
entre a ausência de cor
da transparência
e o negro torpor?
Que na morte
simboliza a inexistência
como também a transparência pode
na mais pura decadência!
do negro lorde
que com decote
é emagrecedor
mas que sem sorte
faz quem se julga forte
no luto, mero amador...
Soneto à falta de concentração
Estudando literatura
lembrei-me de você
pois vi minha tortura
nas cantigas de amigo e maldizer
de tudo não me aborreço
um dia dá certo
em bem reconheço
e enquanto não está perto?
da saudade me esqueço
nos momentos de ternura
e até agradeço
por tamanha sua doçura
tento ser forte, será que padeço?
quero concretizar nossa jura!
Como melancólica estou
saudades da poesia
da brisa que inebria
que há muito aqui passou
poetisa que não sou
cito de novo a melancolia
que substituiu a alegria
e tirou-me a ousadia
de abusar da fantasia
para viver o que restou
O espelho se quebrou
colher já não sacia
e o rosto que me sorria
em pedaços espatifou
para quem amou
procuro a magia
que transforme a agonia
para viver o que ainda sou!
Abram-se portas do calabouço
Que eu quero passar
Sou borboleta, sou livre
Preciso voar!
Tirem-me estas correntes
Preciso me soltar!
Outras coisas devo buscar
Como o sentido da vida
Que em cada um de nós está
Se me sinto perdida?!
...
Estes são do final da década de 90, quando me encontrava encantada com as aulas de Literatura no segundo grau!
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