segunda-feira, novembro 29, 2010

Queria mas não posso!

Este também não é muito recente, mas achei adequado para a situação em que se encontra meu estado RJ:

Queria ainda ser criança
Para não reparar a mudança
Que o mundo faz numa dança
Que não consigo acompanhar

Queria não ver a matança
Que se faz nas andanças
De pessoas cheias de esperança
Para não me envergonhar

Queria viver na ignorância
Para perder essa intolerância
Que me faz viver numa ânsia
De ver o mundo AMAR!

Queria mas não posso
Pois quanto maior o esforço
Mais vejo no fundo do poço
A luz da paz brilhar
















Maraca visto da Uerj, foto do celular de maio de 2010.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Trégua ao Coração!

Havia feito uma promessa íntima de só postar poemas que pudessem passar coisas boas para as pessoas, pra fazer sorrir e me fazer bem...
Mas não só de alegrias vive o poeta...
As desilusões acontecem, sim e dái? E tenho que confessar que elas são mesmo inspiradoras!!!
Hoje acordei chorando com um pesadelo horrível, como há muito não tinha, (acho que andei falando demais no passado...) quis escrever... mas já não me mobiliza tanto como antes, esse sentimento...
De fato hoje gosto mais de falar das coisas boas, mas vou lhes apresentar um pouco do que escrevi em momentos semelhantes e por achar que cabe um parênteses.
Primeiro um do fundo do baú (de 2004 talvez), pra ser bem sincera do velho diário! Um dia conto a história dele... rs...

Lembrar ou esquecer
Já pressupõe que estas aqui
Dentro de mim
Então é um começo
Ou recomeço?
Não sei se padeço ou agradeço
O dia em que nos olhamos
Que nos perdemos
Então encontramos
Sempre cedendo
Nada cobrando
Foi quando esquecemos
Que não ser perfeito é humano
E continuamos fingindo
Que aceitávamos
As diferenças que foram surgindo
Afinal nos amávamos
(Supera-se tudo e ainda rindo?!)
Não sei mais que rumo
Devo seguir neste caminho
Apaguei a luz por que gosto do escuro
Mas não quero ficar aqui sozinho!

E esse de não muito tempo e que ilustra bem o choro que irrompeu a garganta...

Será que dessa vez não será em vão?
Penso que tudo quanto vivi não o foi
Mas o que fazer nos momentos de solidão?
São poucas as vezes que dói
Mas despercebidas não passam não...
Será que desisti do amor?
Ou será que ele é que desencantou?
Com este bobo coração
Que de tanto que se entregou
Sobrou pouco mais que tostão...
( e a rima pobre deixou )

Este também já é de Brasília, num desses dias de TPM... rs:

Faz frio em Brasília
E meu coração deseja se esquentar
O chocolate quente
Queima a língua
Que anseia por saliva... alheia
O pão italiano com manteiga
Não sacia o paladar
Mesmo estes versos anseiam
Por um nome que me agrade falar
Que não o desta cidade
Da qual se quer posso reclamar
Pois que me presenteia
Dia após dia com céus cheios de estrelas
Com tardes únicas de coloração púrpura
Que enchem de esperança o coração
E ajudam a esquecer cada decepção
Aqui passada
Pois é ... passou
O chocolate acabou
E de nada vale chorar pelo leite
Degustado...
Nem pelo pão
Que a fome saciou
Vale lembrar que amanhã o sol nasce de novo
Para aquecer a todos
Assim como um dia nascerá
Pra mim, outra vez o amor!

terça-feira, novembro 23, 2010

Influência ou Coincidência?

Nessa última volta do Rio, procurei na livraria do Aeroporto "A alma encantadora das ruas" do grande cronista João do Rio, livro que me foi recentemente emprestado pela querida amiga Fer, mas devolvido antes mesmo de terminada a leitura... Não conseguiria ler sem sublinhar, anotar e ter a certeza de que é meu! rs...
Não o tendo encontrado, achei entre as coleções de bolso, nada mais nada menos que: Cecília Meireles, e não me contive: 'como assim ainda não tinha um livro dela?!' Vim me deliciando no avião, com a sensação de que já tinha lido grande parte da sua antologia!!!
Claro que já devo ter recebido por mail e/ou pesquisado na net... mas hoje, ao selecionar um poema meu pra vocês, me deparei com este, escrito no início deste ano, que em algo me lembrou o "Motivo" (vou transcrever no final!) de Cecília (ai... será muita audácia?!).
É bobinho, mas sou eu! rs...

Estou plenamente temporária
Neste momento agora
Sou o que passou
Do instante que passara
Pouco restou

Sou sabendo o que escolhi
No momento passado
Fui o que construí
No instante que me foi dado
De pronto estava aqui

Estou totalmente extasiada
E em cada minuto vivido
Simplesmente sou
E mais nada...
(Bsb 01/03/2010)

"Motivo"

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada

(Cecília Meireles - 1939)

sexta-feira, novembro 19, 2010

Lua crescente

Voltando do frio do Rio encontrei, no céu de Brasília, a lua crescente brincando com os desenhos das nuvens.
No final da tarde de hoje, trovoadas e céu cinzento na direção sul, pareciam anunciar uma noite chuvosa. Na asa norte encontrei apenas uma chuvinha rala, tentando dispersar um enorme algodão doce cor de rosa...

Tarde cinza
Anuncia
Noite turva
Se alumia
É que a lua
Teima!
Pois que brilha
Tenra e nua
Mas quem a via
Não sem auguras
Não sacia
Noite atura
Até que o dia
Nos saúda!!!

Vou pra rua "aturar" a lua!

Acervo pessoal Vista da praça dos 3 poderes em 2009.

domingo, novembro 07, 2010

Fricassé Brasiliense...

Sábado amanheceu chovendo e nem consegui enrolar na cama, estava louca pra fazer uma comidinha bem gostosa!!!

Lembrei do Peito de Frango congelado e fui buscar uma receita de Fricassé (que nunca fiz), porque não poderia fazer o meu tão querido Strogonoff... Pois é, tenho que evitar condimentos, etc, depois da 'orgia' de comes e bebes (denominada pelo médico de "Transgreção Alimentar") que foi o feriado com as visitas!

Entrei em dois sites e vi que não tinha um ingrediente básico do tal Fricassé: milho verde!
Também não me agradou a ideia de coar as coisas, perde-se tanto... E ainda estava com preguiça de esperar colocar no forno e tal.

Por fim, optei por fazer o prato principal como que tinha em casa, ficou pronto rápido e gostoso, segue a receita:

Fricassé Brasiliense com arroz alaranjado
(Serve 2 ou 3 pessoas, dependendo da fome...)

Ingredientes
(Fricassé)

1 Peito de Frango grande
1 caixa de creme de leite
1/2 xícara de Guariroba drenada e fatiada em lâminas
2/3 de cebola pequena picada em cubinhos
2 colheres de sopa de manteiga
cerca de 3 dentes de alho socados com sal
2 colheres de chá de noz moscada
2 colheres de chá de tempero pronto
2 colheres de chá alecrim e/ou 1 folha de louro
2 colheres de sopa de vinagre
1 colher de sopa de salsinha picada
1 pitada de pimenta do reino
1 pitada de sal
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado

(arroz alaranjado inspirado na cozinha materna)
1/3 da cebola pequena picada em cubinhos
1 copo de arroz tipo 1
1 cenoura pequena picada em cubos
1 colher de café de sal
cerca de 2 dentes de alho socados com sal

Modo de fazer

Coloque o peito inteiro numa panela funda, com o tempero pronto, alecrim e/ou o louro (eu usei os 2 pra tirar aquele cheiro de frango) e vinagre, cobrindo todo com água. Deixe-o ferver por cerca de 30 min (até que fique bem cozido para desifar).

Enquanto isso vá preparando o arroz alaranjado, pra compor, já que o prato é muito branquinho... Faça o arroz normalmente, apenas acrescentando a cenoura um pouco antes de colocar a água, e acrescente um pouco mais de sal do que o comum.

Em outra panela refogue na manteiga a cebola e o alho até dourar. Acrescente a Guariroba e refogue um pouco mais. Junte o peito de frango desfiado, a noz moscada, pimenta do reino e o sal. Refogue bem, depois abaixe e fogo e acresente o creme de leite e a salsinha, misturando bem até levantar fervura. Apague o fogo e já na tigela para servir, polvilhe o queijo.

Dicas e Sugestões

Sirva com batata palha pra dar aquele "crocantinho";

Pra quem não gosta de cenoura sugiro acrescentar passas ao arroz, mas só na hora de servir;

O toque adocidado de uma ou de outra é essencial para acompanhar o amarguinho da Guariroba. Que pra quem não gosta ou não vai achar pra comprar, por ser típico aqui no Centro Oeste, pode ser substituida por Broto de Bambu ou Palmito.

Não sou nenhuma entendedora da coisa, mas fiquei imaginando que iria armonizar bem com Vinho Rosé Frisante, pelo sabor delicado, aroma e também pela cor né?!
Na dúvida consulte um especialista! rs.

Espero que tenham gostado e se alguém tentar diga depois como ficou!

sábado, novembro 06, 2010

Final Feliz...

Conforme prometido:

Para fechar a viagem eu tinha sábado e domingo pra passear, seguindo recomendações, fui visitar a Candelária, bairro histórico, no sábado.
Acordei cedo, peguei um micro-onibus louco daquele e fui, resolvi descer antes, no Museu Nacional... Que tonta! Essas coisas só abrem depois das 10h!!! Segui caminhando pro meu destino e passei pelo "Saara" Colcombiano, 3 vezes maior que o do RJ!!!
Uma loucura! Obras, mendigos, camelódromos, ambulantes, pessoas, sapatos, minutos para qualquer operadora por... (em toda esquina alguém oferecia um celular, como se fosse o orelhão de lá).
Chegando no "centro cívico" nada de extraordinário... Só aquela arquitetura monumental clássica que toda capital tem (exceto Brasilia). Achei engraçado nas 2 ruas principais, onde era vedado o acesso de veiculo, ter que abrir e mostrar as bolsas pro guarda (qualquer pessoa, sem excessão).
Foi bem dificil achar um cantinho pra almoçar, só tinham aquelas lanchonetes (cujo aroma não me apetecia) oferecendo refeições rápidas. Definitivamente não era o que eu queria... Eu tinha que parar, respirar, escrever, comer com calma e lógico degustar um bom café. Mas encontrei: "Arte y Pasión Café", que funcionava no pátio interno de um sobrado muito consevado (diferente do restante do conjunto por onde passei). 'Lá tomei um dos melhores capuccinos da minha vida, um original, preparado na minha mesa, pelo barítono da casa (vide canto superior esquerdo do postal abaixo).
De noite fui conhecer a tão falada Zona Rosa e imaginem o que encontrei: A Rua das Pedras em Búzios-RJ!!! Sério é igual! Com lojas chics abertas até tarde, montes de barzinhos caros que levavam Londres no nome(?pq não sei!) inclusive o que resolvi ficar, era o menorzinho, pareceu aconchegante (depois de cansar de procurar...). Mas o que me convenceu mesmo a ficar foi a cerveja própria deles! Me deram pra degustar e tive que optar pela Negra... hum... deu água na boca de lembrar.... As colombianas "rubias" eram muito amargas, mesmo a "roja". Pasmem o copo menor era de 500ml! Tinham que ver: casais dividiam na boa algumas jarras de 2l...
Último dia...Foi tenso decidir o que fazer: medo de perder a hora do check-out se saisse cedo, pagava ou nao o extra...
Como sabia que a viagem de volta ia ser cansativa, resolvi descançar pela manhã, fazer o check-out 12h, largar a mala pronta na recepção e passear!
Parei de ficar me cobrando de dar conta de ver tudo em tão pouco tempo... Eu estava por minha "conta e risco", relaxei e mais do que em qualquer outro dia; me deixei levar...
A carreira 7a. estava fechada para veículos, e achei incrível ver mais esta mutação da grande avenida, agora cheia de gente de bike, correndo, caminhando com seus cães.
Resolvi caminhar por ela uma última vez, ir lá comprar as encomendas de café, achar um lugar pra comer alí perto mesmo...

Chamou minha atenção outra vez o "Aquí en Santa Fé", esse restaurante pequenino desde de 1986!
E foi onde passei as últimas e mais gostosas horas da viagem!
Pedi o prato mais típico da casa e fui supreendida com uma espécie de chilli beans INCRÍVEL!!! (o prato do meio do postal)
Carne desfiada, frango, bacon fritinho, linguiça e ainda guacamole.
Tudo isso bem molhadinho e temperado na medida, com um toque de pimenta do reino moída por cima. Quase pedi um pão, até que achei, sob isso tudo, uma "bolacha"de milho (tipo uma tapioca aberta) e queijo!!! Pensem...
Armonizou perfeitamente com as 3 cervezas colombianas que experimentei! Águila, Costeña e Club Colombia, que deixei por último pois já havia experimentado no meu primeiro dia e sabia que era boa demais!
Além de tudo o lugar era super aconchegante: de fundo tocando um jazz, a decoração fofa, a luz ideal... Me posicionei num lugar estratégico onde via a movimentação da cozinha e praticamente todas as mesas (apesar da planta ser meio "recortada", com pequenos nichos separados por vãos).
Não paravam de chegar e sair casais ou famílias inteiras (de vó a netos).
Terminei a viagem satisfeita, não só no sentido do paladar, mas principalmente por estar cercada de gente comendo feliz!!!
Para concluir deixo minha tentativa de poema sobre a viagem, escrito "Lá en Santa Fé"

Não foi fácil
Ruim tão pouco
Foi o que tinha que ser
Neste momento pra mim
Um exercício de independência
de ouvir, sentir e ver
Sem com isso esperar
ser entendida...
Não foi fácil
Falar tão pouco
do que via, sentia, provava...
Ainda assim procurei compreender...
Os sentidos estavam sempre em alerta!
Especialmente a visão
demandada por demais
nesta capital, que como as nossas
oferecem estímulos a toda hora!
Seja por carros, pessoas
ou pela arquitetura, única, silenciosa...
cercada pela paisagem verde da montanha
Viajar é isso, não?
Ser estimulado a ver, provar, ouvir, inalar...
E é um pouco também se transformar!

quarta-feira, novembro 03, 2010

Ainda sobre a viagem...

Pois é... voltar de viagem cansada e já iniciar em um novo trabalho, me fez demorar a escrever aqui...
Acrescente-se ao fato que este feriado recebi a ilustre presença da minha irmã caçula, e da minha vozinha, o que me exigiu tempo e dedicação! Eu estava morrendo de saudades!
Como disse anteriormente, escrevi muito sobre a viagem, mas tudo no caderninho, grande companheiro, para quem eu podia expressar o que estava vivenciando... Sempre tinha que arrumar um cantinho pra sentar, parar e escrever...
Por fim, quero contar com mais detalhes o último dia, e como foi minha última refeição "Aqui en Santa Fé"... Mas vocês terão de esperar mais um pouquinho, pra ficar bem gostoso...
Por hoje segue meu postal dos 2 últimos dias!