domingo, agosto 18, 2019

Sobre responsabilidade...

Em tempos de debate sobre os “Coaches” eu não poderia me furtar de comentar minha frustração após a leitura de “O poder da autoresponsabilidade” de Paulo Vieira. Confesso que iniciei a leitura com algum interesse, embora já com preconceito oriundo de comentários negativos.
Tentando resumir a experiência:
Pontos positivos (algumas citações): Mandela, a citação mais feliz do livro “posso responsabilizá-los pelas suas atitudes, porém sou o único responsável pelos meus sentimentos”; As tais 6 Leis para a conquista da autoresponsabilidade (que ele apresenta na página 136 de um livro de 187 páginas...).
Pontos negativos: O autor já começa usando um exemplo infeliz do corredor que acredita que o outro é melhor, mas se ele acreditar nele mesmo ele consegue... Então se todos acreditarem que sempre vão ganhar, pra que competir né mesmo? E o livro segue nesse raciocínio bem individualista, do “eu” independente o outro... Mas o que mais me surpreendeu foi ele passar o livro inteiro tentando convencer de que você precisa mudar para ter sucesso. Mas no final (página 172) diz que: “Pessoas pseudoautoresponsáveis acham que, para serem produtivas e prósperas , precisam mudar os outros (ué mas num é assim que o autor tem “prosperado”, “mudando”  os outros?). Entretanto, o autoresponsável se basta nas suas escolhas, nas suas decisões e na sua fé no Criador e, dessa maneira faz bom uso do livre-arbítrio dado por Ele” (aqui acho que ele apela: só os cristãos podem ser autoresponsávies, então? Fala sério!).
O ponto positivo mesmo é que ao final do livro me senti impelida a escrever sobre Responsabilidade, e foi por isso que resolvi publicar:
Como ignorar a influência que o outro tem na minha vida,
vivendo em sociedade?
Como desconsiderar a importância das conquistas coletivas,
trabalhando em equipe?
Como diminuir o impacto do corporativismo e mais valia,
operando neste sistema?
Como reduzir a soberania das estruturas machistas,
sendo mulher?
Quero é saber mais sobre autocuidado e sororidade,
do que sobre patriarcado e autoresponsabilidade.
Quero saber mais sobre como ser um todo,
reconhecer-se responsável pelo outro,
e não apenas um responsável (tolo)
por seu sucesso ou fracasso, único apartado,
do bem comum, dos valores humanitários...
Não sei como chegamos a este ponto,
mas espero que consigamos superar, tanto
individualismo e assim possamos:
nos olhar com(o) Humanidade...