quinta-feira, setembro 07, 2017

"Independência ou morte"?!

Sim: textão! Se o dia é da "Independência ou morte" quero falar um pouco de como tem sido  VIVER  nesse país na condição de mulher!
Descobri-me romântica hoje!
Peguei-me emocionada a ouvir Djavan e a sentir a emoção crescer, o coração batendo acelerado com:
 "My endless love"...
Imagina-se que poetisas devam ser românticas?! Mas em tempos como estes, o romantismo, perde sua primazia e protagonismo mesmo para poetas...
Ele, o romantismo, serve-nos ao menos de escape, de lembrança doce dos tempos em que a inocência permitia-nos sonhar em paz, sob uma sensação impagável de segurança...
Segurança e paz... Sim, condição sine qua non para viver uma infância feliz!
No entanto crescemos, "adulteramos", SIM! Pois quem, se não nós mesmos: mulheres e homens, sociedade, humanidade: Não seríamos os responsáveis, seja por atos, opiniões e mesmo omissões... pela péssima qualidade das relações pessoais, interpessoais, sociais, de trabalho, familiares, SIM: pelas relações insalubres que vivemos hoje!
Nem entrarei aqui no mérito da relação com a natureza pois, ainda que predominantemente regida por fenômenos naturais, que "fogem" do nosso suposto controle, está cada dia mais desgastada (diria até que inexistente para algumas gerações genuinamente urbanas), não entrarei para não "perder de vista" mais uma vez o romantismo. Mas não nos esqueçamos desta!
Pois... então não me descobri romântica, apenas lembrei-me que sempre fui, mas que, em dado momento, vi-me obrigada a esquecer que sou! 
Dei-me conta de como tem sido a luta diária para me manter esperançosa e romântica, frente a diárias demonstrações de ódio, exploração, exclusão (a lista é longa por demais), e lembrei-me dos momentos em que sofri no corpo, na alma e no coração, a agressão verbal, moral, a retirada do meu direito de ir e vir SEM MEDO!!! E pior, das vezes (e essas foram a maioria) em que não consegui fazer nada para me defender a não ser fugir! Com o tempo aprendi que a fuga é também uma forma de defesa...
Tentando encerrar por hoje essa reflexão, neste momento que me reconheço mais madura, contestadora e feminista. E embora aparentemente "menos" romântica, certa de que uma destas não exclui, nem de modo, nem em "gênero" algum, outra. Para aqueles que avaliam estar "chata" a vida com mais feministas, mais defensores de excluída/os, defensores dos direitos humanos e de uma vida mais digna em sociedade saibam que: Para mim, apenas pela existência na condição de mulher, trata-se de uma vida em que cada lembrança de opressão e assédio é DILACERADORA!!! Saibam mais: isso dói!!! E ainda preciso lidar com a certeza que posso passar por essas situações novamente, tendo em mente que existem pessoas vivenciando diuturnamente dores, nem semelhantes, nem maiores, nem menores: INCALCULÁVEIS!
Neste suposto "Dia da INDEPENDÊNCIA" o meu pedido é mais do que de TRÉGUA, é de PAZ, e sim: é de AMOR!
Gratidão pela leitura até aqui!

quarta-feira, março 08, 2017

Hoje?! É dia de LUTA!

Hoje é DIA DE LUTO
Por todas as violadas
E pelas violentadas
No corpo e nos DIREITOS

Hoje é DIA DE LUTA
De todas as subjugadas
E das menosprezadas
Em sua capacidade e FEITOS

TODO DIA será de LUTO
Enquanto assassinadas
Sua matéria, DIGNIDADE e VOZ

  E serão de muita LUTA
  Até que haja respeito
  Em todas as instâncias da vida DIÁRIA!

 


*Na imagem em preto e branco, mulheres estão com os braços estendidos e punhos cerradosAcima delas a frase: "Lugar de Mulher é na luta". 
Fonte: Feminismo Sem Demagogia – Original

sábado, janeiro 14, 2017

Na estrada...

Na estrada de Santos
Dei-me conta de que
a serra e o cerrado
agradam-me demais

Eles enchem os olhos
e confortam mais
que o oceano misterioso
ainda que de seguro cais


o ar úmido da densa mata
ou a secura do céu descoberto
me acolhem a/ao inspirar

Já o vento salgado, maltrata
e ainda que convidativo, mar aberto
reservo-o respeito: É para poucos Navegar!!!


Imagens: Fotos da serra que desce para Santos, tiradas de dentro do ônibus, com muito verde, céu azul com algumas nuvens brancas.